Sal e luz do mundo

Aos seus discípulos, Jesus confiou uma grande missão: ser sal da terra e luz do mundo. “São imagens que nos levam a pensar no nosso comportamento, porque seja a carência, seja o excesso de sal comprometem o alimento, assim como a falta ou excesso de luz impedem de ver”.

Somente o Espírito de Cristo nos dá o sabor e a luz que clareia o mundo.

Este dom é recebido justamente no Sacramento da Confirmação. “Confirmação porque confirma o Batismo e reforça a sua graça; assim também “Crisma” porque recebemos o Espírito mediante a unção com o “crisma” – óleo consagrado pelo Bispo – termo que remete a “Cristo”, o Ungido pelo Espírito. Papa Francisco

Para receber o Sacramento do Crisma pode inscrever-se no cartório paroquial da Igreja Matriz, na Igreja de Porto Alto e Arados para dar início a uma preparação de aprofundamento da fé.

Os dons do Espírito Santo

Explicados pelo Papa Francisco, que dedicou várias das suas catequeses ao tema dos sacramentos.

Sabedoria

O dom da sabedoria dá-nos um conhecimento da verdade revelada por Deus. Abrange todos os conhecimentos do cristão e põe-nos sob a luz de Deus, mostra a grandeza do plano do Criador e a sua omnipotência. Vem da intimidade com o Senhor.

Entendimento | Inteligência

O dom do entendimento ou inteligência ajuda-nos a penetrar no íntimo das verdades reveladas por Deus e a entendê-las. Por ele o cristão contempla os mistérios da fé. É um entendimento diferente daquele que o teólogo obtém pelo estudo. O dom da inteligência é eficaz mesmo sem estudo; é dado aos pequeninos e ignorantes, desde que tenham grande amor a Deus. Com a ajuda deste dom conhecemos os nossos pecados e a nossa fragilidade. Os santos, quanto mais se aproximaram de Deus, mais facilmente se davam conta das suas faltas e mais desejo tinham de perdão.

Conselho

O dom do conselho permite ao cristão tomar as decisões oportunas nas horas difíceis da vida, para que se comporte como verdadeiro filho de Deus. Isso, às vezes, exige coragem. Pelo dom do conselho o Espírito Santo inspira-nos a maneira correta de agir no momento oportuno. “Todas as coisas têm o seu tempo, e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua hora […]” (Ecl 3, 1-8); fora desse momento preciso, o que é oportuno pode tornar-se inoportuno; nem sempre é fácil discernir se é oportuno falar ou calar, ficar ou partir, dizer “sim” ou dizer “não”.

Fortaleza

O dom da fortaleza dá-nos força para a fidelidade à vida cristã, cheia de desafios. Jesus disse que “o Reino dos céus sofre violência dos que querem entrar, e os violentos apoderam-se dele” (Mt 11,12). Pelo dom da Fortaleza o Espírito Santo dá-nos a coragem necessária para a luta diária contra nós mesmos, as nossas paixões e problemas, com paciência, perseverança, coragem e silêncio. Dá-nos forças além das naturais. Esta força divina transforma os obstáculos em meios e dá-nos a paz mesmo nas horas mais difíceis. Foi o que levou São Francisco de Assis a dizer: “Irmão Leão, a perfeita alegria consiste em padecer por Cristo, que tanto quis padecer por nós”.

Ciência

O dom da ciência faz que o cristão penetre na realidade deste mundo sob a luz de Deus; vê cada criatura como reflexo da sabedoria do Criador e como caminho para Deus. Leva o homem a compreender o vestígio de Deus que há em cada ser criado. O homem foi feito para Deus e só n’Ele pode descansar, como disse Santo Agostinho. Por este dom o cristão reconhece o sentido do sofrimento e das humilhações no plano de Deus, que liberta e purifica o homem.

Piedade

O dom da piedade orienta-nos em todas as relações que temos com Deus e com o próximo. São Paulo refere-se a isso: “Recebestes o Espírito de adoção filial, pelo qual bradamos: Abbá ó Pai” (Rm 8,15). O Espírito Santo, mediante o dom da piedade, faz-nos, como filhos adoptivos de Deus, reconhecer Deus como Pai. E, pelo facto de reconhecermos Deus como Pai, consideramos as criaturas com olhar novo. Este dom leva-nos a considerar o facto de que Deus é sumamente santo e sábio. É o dom da piedade que leva os santos a desejar, acima de tudo, a honra e a glória de Deus. “Para que em tudo seja Deus glorificado”, diz São Bento. E Santo Inácio de Loiola exclama: “Para a maior glória de Deus”. É também o dom da piedade que desperta no cristão a inabalável confiança em Deus Pai. Este dom leva o cristão a ver o outro como irmão e a amá-lo como filho de Deus.

Temor de Deus

O dom do temor de Deus leva-nos a amá-Lo tão profundamente que tenhamos receio de ofendê-Lo. Nada tem a ver com o temor do mercenário ou o temor do castigo (do escravo); mas é o temor do amor do filho. É a rejeição que o cristão experimenta diante da possibilidade de ofender a Deus; brota das entranhas do amor. Não há verdadeiro amor sem este tipo de temor. Medo de ofender o Amado. Pelo dom do temor de Deus a vitória é rápida e perfeita, pois é o Espírito que move o cristão a dizer “não” à tentação. O dom do temor de Deus está ligado à virtude da humildade, que nos faz conhecer a nossa miséria, impede a presunção e a vã glória, e assim, torna-nos conscientes de que podemos ofender a Deus; daí surge o santo temor de Deus. Ele liga-se também à virtude da temperança; combate a concupiscência e os impulsos desordenados do coração, para não ofender e magoar a Deus.